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UFMA! Natalino vai declarar guerra à democracia?

Por Agência Tambor
04/06/2021

No dia 27 de abril, a Justiça Federal suspendeu a chamada para reunião do Conselho Universitário Superior (CONSUN) da UFMA.

O encontro convocado às pressas pelo reitor Natalino Salgado tinha o objetivo de alterar o estatuto e o regimento interno da Universidade. A suspensão ocorreu a pedido da Associação dos Professores da Universidade Federal do Maranhão (APRUMA)

Hoje (04/06), o Jornal Tambor recebeu a vice-presidente da APRUMA, professora Cacilda Cavalcanti. Na entrevista, ela falou sobre novas e possíveis tentativas autoritária de mudanças no estatuto da UFMA

(VEJA ABAIXO A ENTREVISTA)

Segundo a vice-presidente da APRUMA, a maior consequência da proposta de mudança no estatuto apresentada pela reitoria é o ataque a democracia.

Ela também citou o item que dá a Universidade o caráter de instituição privada, além do autoritarismo expresso na possibilidade de o reitor vetar decisões tomadas por órgãos colegiados.

‘’Uma série de mudanças parecem sutis. Mas elas precisam ser discutidas, porque aos poucos o reitor vai diminuindo as representações e concentrando poder na estrutura administrativa, enfraquecendo a democracia como nós a entendemos, que é a democracia pela base’’, realçou a dirigente sindical.

Cacilda também advertiu que após a suspensão da reunião do CONSUN na Justiça, a reitoria propôs uma ‘’pseudo-consulta na tentativa de maquiar o debate’’. A consulta foi aberta no começo de maio, enquanto a comunidade acadêmica estava de férias, e deve durar cerca de um mês.

A vice-presidente da APRUMA frisou que não há precedentes de universidades brasileiras que estejam propondo mudanças no estatuto durante a pandemia.

‘’Nós da Apruma temos discutido com a nossa base que esse não é o momento de fazer isso. A prioridade é salvar vidas. Me parece que algumas pessoas não tem dimensão do momento que nós estamos vivendo em termos humanos’’, apontou a professora.

Atualmente, as chefias de departamentos e as coordenações de cursos da UFMA são ocupadas por pessoas que estão no cargo de modo temporário. As eleições para essas funções deveriam ter sido realizadas em 2020, mas foram adiadas por conta da pandemia.

‘’É grave iniciar um processo de mudança no estatuto num contexto em que a UFMA está com sua representação comprometida. Só tem uma explicação pra isso: nós não estamos entendendo a universidade como um espaço de decisões democráticas’’ reiterou Cacilda.

Os estudantes da UFMA também estão com sua representação prejudicada nos conselhos superiores. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) eleito pelos alunos foi golpeado em detrimento de uma outra chapa, apoiada pela reitoria. Cacilda comentou: ‘’eu desafio colegas professores a perguntarem para os seus alunos ‘voces sabem quem representa vocês nos colegiados superiores?’ A maioria dos alunos desconhece’’

A postura de Natalino Salgado sugere um ‘’alinhamento da reitoria e de alguns servidores às proposições do governo Bolsonaro para a educação’’, de acordo com Cacilda.

A professora relatou que algumas propostas da mudança do estatuto são ‘’reveladoras da aproximação da reitoria com essa ideia de ter educação como serviço e não como direito’’ e citou a sugestão de incumbir aos docentes a deliberação sobre tabelas de valores a serem cobrados pela universidade, o que abre margem para a instituição de taxa de matricula e outros serviços.

A vice-presidente da APRUMA, reforçando a tese de aproximação entre Natalino e ideias bolsonaristas, lembrou a assinatura do reitor no manifesto ‘’Médicos pela Vida’’ que defende o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra covid.

‘’É uma tentativa de criar uma universidade obediente ou divulgadora das ideias desse governo’’ complementou.

Cacilda Cavalcanti destacou que a APRUMA defende uma estatuinte com ampla participação democrática para discutir possíveis mudanças no estatuto. Mas argumentou que no atual cenário, as prioridades são a luta por vacina e por recursos para a educação.

A professora sublinhou que a luta da APRUMA ‘’não é revanchismo ou briga particular contra o reitor e sim uma luta política por uma instituição pública de grande importância. A universidade mais importante desse estado.’’

Veja abaixo a edição completa do Jornal Tambor, com a entrevista da professora Cacilda Cavalcanti, em nosso canal no YouTube:

https://youtu.be/ba5LPhB9YL8

Ouça o PodCast da entrevista com a professora Cacilda Cavalcanti:

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