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Sonho de Mané é a terra em favor da vida

Da Agência Tambor
Por Paulo Vinicius Coelho
19/08/2021

Ontem (18) morreu aos 86 anos Manoel da Conceição, referência da luta por reforma agrária e democracia no Brasil. Hoje (19), o Jornal Tambor conversou com a pedagoga e militante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), Gilvânia Ferreira, sobre a trajetória do líder camponês.

VEJA ABAIXO A ENTREVISTA

Militante do MST desde os 17 anos, Gilvânia afirma que a sua maior universidade ‘’é a luta, o movimento social e o diálogo com os trabalhadores’’.

A pedagoga enxerga o MST como um educador coletivo. No movimento, ela comenta que os trabalhadores aprendem na partilha, no cotidiano e nas experiencias vividas por aqueles que os antecederam, inclusive Manoel da Conceição.

Mané, como era conhecido, é pioneiro na luta por terra no Maranhão. Fundou em 1963, em Pindaré Mirim, o primeiro sindicato de trabalhadores rurais do estado.

Quase 60 anos depois, o Maranhão vive um processo de violência brutal contra camponeses, como afirma Gilvânia. Ela aponta que os trabalhadores, desprotegidos, estão sendo cercados pelo avanço do agronegócio, da mineração e da pecuária.

Nesse cenário, as ideias de Manoel da Conceição continuam atuais. A construção de um projeto de classe, a aliança entre os trabalhadores do campo e da cidade, o meio-ambiente, a agroecologia e a autonomia camponesa para a produção de seus próprios alimentos eram algumas das bandeiras defendidas pelo militante.

Manoel da Conceição resistiu a ditadura, a tortura e ao exilio. Participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Centro Nacional de Apoio às Populações Tradicionais e uma série de outras organizações. Também contribuiu com a chegada do MST no Maranhão.

Gilvânia declara que ‘’o sonho de Mané era fazer brotar da terra toda a vida’’. Ele dizia que a luta de classes era permanente e advertia: ‘’nunca esqueça da classe a qual você pertence’’.

Para a pedagoga, Manoel da Conceição personaliza esperança, luta, resistência e alegria. Ela acredita que ‘’o legado de Manoel é o nosso legado’’ e acrescenta que ‘’nós somos continuadores da luta dele’’.

‘’Mané é semente que vai se esparramar por todo esse país, vai germinar e dar muitos frutos’’ finalizou.

Edição: Emílio Azevedo

Veja abaixo, em nosso canal no YouTube, o Jornal Tambor com a entrevista de Gilvânia Ferreira.

Ouça pela plataforma Spotify, a entrevista de Gilvania Ferreira ao Jornal Tambor.

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