Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
12/05/2021
Foto: Caue Angeli
No dia 22 de abril, moradores da comunidade rural do Araçá, município de Buriti, no Maranhão, foram vítimas de “chuva” de agrotóxicos lançados por uma aeronave agrícola.
Dos 80 moradores, ao menos oito relataram sintomas de intoxicação como coceiras, febre e manchas no corpo. Mas o número pode ser ainda maior.
O padre Francisco das Chagas Pereira, coordenador do Programa de Assessoria Rural da Diocese de Brejo, em entrevista ao Jornal Tambor, nesta quarta-feira (12), destacou sobre esta realidade no estado.
O clérigo ressaltou que há mais de cinco anos tenta o diálogo com o governo estadual, mas não obtém resultado.
Enquanto isto, comunidades inteiras de municípios maranhenses são vítimas constantes do agronegócio, com ajuda do próprio governo do Maranhão que concede as licenças ambientais para as empresas e fazendeiros.
Para ele é preciso combater a questão do desmatamento, a extinção da flora e fauna e a grilagem de terras.
Padre Francisco evidencia que os agrotóxicos contaminam o solo, os moradores, seus animais e afetam sua qualidade de vida.
O sacerdote aponta que o governo do estado tem de suspender as licenças ambientais, pois é necessário rever estes documentos que acabam desrespeitando os moradores das comunidades tradicionais.
De acordo com o clérigo, uma lei precisa ser proposta para proibir a pulverização de agrotóxicos nestas terras, pois casos como o da comunidade de Araçá, não são isolados.
“Falta vontade política do governo do estado para resolver o problema”, denuncia ele.
Ouça a entrevista completa em nosso TamborCast.