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Freitas Diniz entre homenageados da SMDH

A Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) prestou homenagem para 38 vítimas da pandemia de Covid-19, entre lideranças e militantes que atuavam na luta por direitos sociais, além de familiares e amigos de pessoas e entidades ligadas a SMDH.

O tributo ocorreu hoje (09/12), durante a realização da Caravana de Direitos Humanos 2021, projeto que anualmente vem denunciando diferentes formas de violação de direitos.

Um dos 38 homenageados foi Domingos Freitas Diniz, o mesmo que a partir de 2022 estará dando nome a uma biblioteca idealizada na Mutuca, a entidade mantenedora da Agência Tambor.

Drummond e o homenageado

Domingos Freitas Diniz foi um engenheiro civil, nascido no Maranhão, em 1933, no município de Araioses, que exerceu três mandatos de deputado federal. Ele faleceu este ano.

Freitas integrou o grupo dos Autênticos do MDB, pequeno bloco parlamentar, fundamental na luta contra a ditadura implantada no Brasil, a partir de 1964.

Os Autênticos, minoritários dentro do MDB, foram os únicos parlamentares brasileiros, na época, a denunciar a tortura. E foram os primeiros a pautar a necessidade do retorno de eleições diretas e a necessidade de uma Assembleia Nacional Constituinte.

A ação dos Autênticos se deu fundamentalmente na década de 1970. A partir dessa mesma atuação, o MDB de então (partido extinto em 1979) tornou-se um instrumento real de oposição a ditadura.

Quando os Autênticos surgiram, no início da década de 1970, foram saudados por Carlos Drummond de Andrade, em artigo publicado no Jornal do Brasil,

Do Maranhão, Domingos Freitas Diniz foi o único a integrar o grupo dos Autênticos.

Homem de luta

Em sua atuação na Câmara Federal, Freitas Diniz se colocou abertamente ao lado de trabalhadores rurais, vítimas do latifúndio, sendo por isso enquadrado na famigerada Lei de Segurança Nacional (LSN).

No final da década de 1970, Freitas foi o único deputado federal do Brasil a participar da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), tornando-se membro da sua primeira direção nacional. Na ocasião, ele foi escolhido o tesoureiro e Lula o presidente.

Participaram da fundação do PT nomes como Paulo Freire, Sérgio Buarque de Holanda, Chico Mendes, Luiza Erundina, Manoel da Conceição.

Freitas Diniz foi também o principal opositor da oligarquia de José Sarney, no Maranhão, em luta iniciada na segunda metade da década de 1960.

O jornalista José de Ribamar Bogéa, fundador do Jornal Pequeno, somou forças com Freitas Diniz a partir desse período, quando ambos foram processados por Sarney. Na época, o Brasil vivia sob o AI-5 e o oligarca maranhense era aliado da ditadura.

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