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Conservadores querem liquidar com serviço público no Brasil

Da Agência Tambor
Por Paulo Vinicius Coelho
18/08/2021

Hoje (18) é o dia nacional de luta, paralisações e mobilizações em defesa dos serviços públicos. Em São Luís, haverá um ato às 16h na Praça Deodoro.

No Jornal Tambor, a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Maranhão, Julia Reis, e a professora e diretora do SINDEDUCAÇÃO, Maria Dolores, explicaram os impactos da reforma administrativa e de outras medidas do governo Bolsonaro.

VEJA ABAIXO A ENTREVISTA.

No bojo das reformas neoliberais propostas por Michel Temer e depois Bolsonaro, a reforma administrativa contida na PEC 32 é a que mais vai afetar a população. É o que afirma Maria Dolores.

Julia Reis alerta que ‘’o conjunto de maldades impostas a partir do governo Temer aprofunda o fosso entre os ricos e os não ricos e faz com que aumente o número de desempregados, excluídos e famintos’’.

Além da PEC 32, tramita no Congresso a Medida Provisória 1045, que permite, entre outras coisas, a contratação de jovens sem vínculo trabalhista, sem férias, FGTS ou 13° salário.

Para Maria Dolores, a reforma administrativa vai subordinar o Estado a iniciativa privada e dar ao capital o papel de agente de políticas públicas. ‘’O Estado vai ser apenas um mediador, um subsidiário do setor privado’’ acrescenta.

A professora enfatiza que ‘’há uma guerra em curso contra os servidores públicos e, por tabela, contra a sociedade’’. A opinião é compartilhada por Julia, que afirma: ‘’a PEC 32 penaliza não só os funcionários públicos, mas todo o povo brasileiro’’

As entrevistadas acreditam que, com a reforma, o patrimonialismo e o ‘’toma lá, dá cá’’ ganham espaço.

‘’Quando os apadrinhados são indicados para os cargos público, eles não têm autonomia para denunciar ilegalidades. A estabilidade é o que torna os servidores leais ao Estado brasileiro, não ao governante de plantão’’ ressaltou Julia.

A campanha contra a PEC 32 tem o desafio de desmascarar uma série de mentiras. Alguns dizem que os funcionários públicos são muitos. Julia lembra que na verdade eles representam cerca de 1,5% da população brasileira. Em alguns países ditos desenvolvidos, como Estados Unidos, França e Espanha, esse índice passa de 15%, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD).

Aos que dizem que os servidores públicos ganham muito, Maria Dolores responde que 60% dos funcionários recebem menos de quatro salários mínimos. Os ‘’marajás’’ juízes, militares e parlamentares não são atingidos pela reforma.

A professora advertiu que o país tem 19 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza, 15 milhões de desempregados e 6 milhões de desalentados. ‘’Nessa situação, negar o serviço público é um crime’’ frisou.

Julia afirma que se a reforma for aprovada, é grande o risco de não termos mais serviços públicos de saúde, educação, limpeza e segurança pública.

A sindicalista pediu união entre servidores públicos e o restante da sociedade. ‘’Não é um segmento ou outro da população brasileira, todos nós estamos ameaçados pelas medidas que vem sendo implementadas pelo governo Bolsonaro’’ finalizou.

Edição: Emilio Azevedo

Veja abaixo, em nosso canal no YouTube, o Jornal Tambor, incluindo a entrevista com as sindicalistas Julia Reis Nogueira e Maria Dolores Silva. 
https://youtu.be/fwbHjImFtaM

Ouçam, pela plataforma Spotify, a entrevista de Júlia Reis Nogueira e Maria Dolores Silva ao Jornal Tambor:

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